Como proteger os animais de estimação do calor?
Na época mais quente do ano, os cuidados devem ser redobrados para evitar uma desidratação ou precaver qualquer mal-estar ocasionado pelas altas temperaturas. No entanto, poucas pessoas lembram que não apenas os seres humanos precisam dessa atenção: os animais de estimação, companheiros de diversão e carinho, também devem estar protegidos durante todo o período.
Cães e gatos possuem uma estrutura muito delicada e não perdem calor pelo suor, pois estes não apresentam sudorese como ocorre com os humanos: a única válvula de escape para realizar esta troca é por meio da respiração e, por isso, sofrem mais com as hipertermias, ficando ofegantes.
Em situações extremas, os animais podem apresentar alterações circulatórias, choque, convulsão e até morte. Por isso, os donos não devem esquecer o cuidado com os pets. “Deixar água fresca sempre à disposição, propiciar um local protegido do sol e com ventilação adequada são dicas simples para ajudar o animal a suportar os dias mais quentes”, afirma o professor do curso de Medicina Veterinária da UNIME Lauro de Freitas, Marcus Vinicius Fróes Barbosa. “Os cães consomem, em média, 50 ml de água por quilo de peso. Em dias quentes, a necessidade de água pode até dobrar de volume, dependendo da situação”, explica.
Já a alimentação deve ser oferecida na mesma quantidade que nas outras épocas, mas o ideal éfracionar a ração, já que neste período o apetite podediminuir. O mercado veterinário ainda possui petiscos refrescantes para o verão, como o sorvete para cachorro.
“O alimento foi formulado atendendo as especificidades nutricionais dos animais e podemos contar com esse petisco para aliviar o calor”, conta a docente de Medicina Veterinária na Universidade de Cuiabá (UNIC), Andreia Yamanaka.
Na hora do passeio também se deve prestar atenção: como os humanos, é importante evitar atividades físicas nos horários de sol mais quente, entre 10h e 16h e os passeios nesta época devem durar de 20 a 60 minutos para não sobrecarregar o organismo do animal. Se não conseguir realizar o passeio no horário recomendado, lembre-se que o asfalto pode estar quente, sendo necessária a utilização de botinhas para as patas.
“O contato do coxim plantar (as “almofadinhas” dos cães) no asfalto muito quente pode ocasionar queimaduras graves”, pontua Andreia.
Outro problema grave é a possibilidade de queimaduras na pele dos animais: “Principalmente cães e gatos albinos, despigmentados ou de pele clara com pouca pelagem”, explica a docente. Para detectar as queimaduras, observe se a pele está muito avermelhada, com perda de pelo ou formação de bolhas. “Para protegê-los, já existem protetores solares especiais que respeitama pele dos animais. O filtro solar é indicado para áreas despigmentadas em animais de pele e pelagem clara, como o focinho e ponta das orelhas”, recomenda a professora do curso de Medicina Veterinária da Unopar, Sílvia Trapp.
No calor, muitos ainda acreditam que o número de banhos deve ser aumentado, o que se torna um risco para a saúde dos animais.“Mesmo no verão os banhos devem ter intervalo de dez dias, para não perder a proteção natural da pele. O excesso de umidade pode predispor problemas dermatológicos, como fungos”, afirma Andreia.
A temperatura do banho também deve ser controlada. “O ideal é que seja a temperatura ambiente, nem muito quente, nem muito gelada”, complementa Marcus Fróes. “Ainda no pet shop, uma boa ideia para amenizar a sensação de calor é realizar uma tosa, o corte com pelo mais curto facilita a perda de calor do animal”, completa Silvia.
Tamanho faz diferença?
Para animais de grande porte, como cavalos e gado, os cuidados no calor são um pouco diferentes, já que estes animais estão ao ar livre ou em baias. “É necessário manter locais com árvores no meio dos pastos para que possam se proteger do sol”, aponta Marcus.
Também vale promover um espaço com menor diferença térmica, sombreado,com aspersores de água e ventiladores. “Como nos animais de pequeno porte,outro fator imprescindível é a checagem frequente dos cochos de água fresca. Esta é uma grande preocupação, pois o incomodo do calor pode influenciar negativamente o desempenho dos animais e, assim, afetar economicamente a produção”, finaliza Andreia.
(Fonte: Assessoria de Imprensa da Unopar)
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